Corrida e incontinência urinária
A coluna de hoje
vai abordar um problema que atinge entre 5% e 8% da população Brasileira,
segundo dados do IBGE: a incontinência urinária. Achou esse porcentual alto?
Pois saiba que, quando transportado para o mundo das corridas, essa disfunção
pode atingir até 27% da mulheres praticantes da modalidade, segundo uma pesquisa realizada em São
Paulo. A questão é tão grave que já foi tema de Chegada no passado, mas hoje
voltamos a ela sob a luz de um encontro que tive com a professora e
fisioterapeuta Milena Liste, estudiosa desse tema. É ela quem
vai nos ajudar, a seguir, a entender um pouco mais sobre o problema e como
lidar com ele.
O que é a incontinência urinária (IU)?
É aquela situação
em que alguém não consegue controlar a urina. A IU ocorre devido a
instabilidade dos músculos, tendões e ligamentos da região pélvica.
A corrida pode causar IU?
Todos sabemos dos
inúmeros benefícios que a corrida nos traz. No caso de IU, porém, é provado que
o impacto das passadas aumenta o risco para a ocorrência do problema.
É possível prevenir o seu aparecimento, mesmo praticando corrida?
A dra. Milena Liste
explica que os hábitos são importantes na prevenção e tratamento da IU. Ela recomenda
ingerir de 120 a 200 ml de líquido por vez, até atingir uma quota de 1,5 litro
por dia. Isso ajuda a criar uma regularidade nas vezes em que a você urina, que
deve ser de 6 a 8 vezes ao dia. Uma dieta rica em fibras, que
facilita a evacuação, também ajuda a poupar o assoalho pélvico. Além disso,
exercícios do períneo – que é formada pelos músculos do assoalho pélvico –
adotados diariamente ajudam na prevenção.
E quem já sofre de IU? Como tratar?
A adoção dos
hábitos mais saudáveis citados acima, como a ingestão de líquidos em ritmo
controlado e o aumento do teor de fibras na dieta, bem como a a prática regular
de exercícios do períneo, fazem parte do tratamento. Mas há também outros
recursos, como a eletroestimulação de regiões específicas que auxiliam no
processo de recuperação do assoalho pélvico. Em todos os casos, porém, é
fundamental recorrer a um médico urologista, que possivelmente recomendará um
tratamento com fisioterapia específica. A boa notícia é que os resultados são
positivos, na grande maioria dos casos.
Portanto, se você
achava normal perder o controle da urina durante uma prova, atenção: é provável
que você sofra de incontinência urinária e é importante saber que há tratamento
para o caso.
Por
Renato Dutra
Tags: incontinência urinária
Fonte: Veja 22/08/2012