terça-feira, 19 de fevereiro de 2013



Incontinência Urinária na Gestação

O trato urinário possui íntima relação anatômica com o trato genital. Assim, determinadas condições que alteram o aparelho genital podem atingir também o trato urinário, e vice-versa, como se observa durante a pós-menopausa ou, ainda, no ciclo gravídico-puerperal.
Durante a gestação, o organismo materno sofre modificações funcionais e/ou anatômicas sendo as que ocorrem no trato urinário inferior podem originar distúrbios, algumas vezes, persistentes após o puerpério.
Neste âmbito, muitos são os sintomas urinários no decorrer da gestação. Alguns estudos demonstram que
no puerpério, 46,6% delas houve incontinência urinária durante a gestação. Ademais é relatado a ocorrência de noctúria, que atinge 55 a 65% das gestantes; freqüência em 45 a 95%; disúria em 30 a 55% e urgência
miccional que ocorre em 60 a 70%.
Com o progredir da gestação, a bexiga desloca-se de seu sítio habitual caracterizando a ocorrência de distopia fisiológica. Torna-se anterior e superior, ocupando, no terceiro trimestre, uma posição mais abdominal do que pélvica. Verifica-se ainda aumento da vascularização e hiperemia da
mucosa vesical .


O detrusor se hipertrofia pelo estímulo estrogênico, porém, torna-se hipotônico pela ação progestacional, o que ocasiona aumento da capacidade vesical. Entretanto, com o crescimento do útero e a compressão exercida pelo feto, há diminuição da capacidade vesical com o evoluir da gravidez, que pode ser responsável pelo maior número de micções no último trimestre.
Como parte das alterações urodinâmicas durante a gestação, salienta-se também o aumento da pressão máxima de fechamento uretral e do comprimento funcional da uretra.
O assoalho pélvico fornece o suporte para os órgãos pélvicos (evitando o aparecimento das distopias genitais) e mantém a continência urinária. Para o bom desempenho destas funções é crucial a manutenção da integridade de seus músculos, tecido conectivo e inervação.
Durante o período expulsivo do trabalho de parto, a cabeça fetal distende e estira o assoalho pélvico, incluindo os músculos e os tecidos conectivos. Nesta fase, poderá ocorrer a hiperdistensão e a ruptura dos músculos, tecidos conectivos e nervos.

O prolapso genital e a incontinência urinária são consideras, por alguns autores, sequelas do parto vaginal. A maioria deles defende que o parto vaginal é a mais importante causa de incontinência urinária, mas o mecanismo exato é ainda incerto.


Fonte: Trato urinário, assoalho pélvico e ciclo gravídico-puerpera